quarta-feira, 30 de maio de 2012

Menos é mais...

Projeto de Inteiores -

Sala de Estar


Sala de Jantar


 Less is more ("Menos é mais").    MIES VAN DER ROHE



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cidade Inovadora


Resgate do trabalho de conclusão de curso - TCC II - Urbanismo

Cidade Inovadora: Integrando Tecnologia e Natureza em Projeto Urbano
Orientador: Alexandre Matiello

          Este trabalho trata-se de um projeto para a região oeste do município de Chapecó, são bairros que vem tendo um grande desenvolvimento e onde estão instaladas grandes fontes geradoras de economia, como as agroindústrias, Aurora e Sadia, o Parque de Exposições Tancredo Neves e a Universidade Comunitária da Região de Chapecó, além de uma ampla área de comércios.
          A escolha do tema deu-se primeiramente pelo inchaço que vem ocorrendo na área urbana central de Chapecó e pelo constante crescimento destes bairros, que  possuem diversos equipamentos públicos e de serviço, sendo consideradas áreas bastante valorizadas e de expansão. No entanto, estes bairros vem crescendo sem planejamento e muitas dos vazios urbanos e áreas verdes que poderiam ter um papel fundamental para cidade acabam sendo degradadas e poluídas.
          Pensando nisso, o projeto propõe a implantação de novos espaços com áreas destinadas a comércio, habitação, educação, tecnologia, lazer e turismo através de propostas que tragam melhor qualidade de vida, que zele pelo bem-estar dos moradores e que integre espaços naturais e construídos a partir de vias urbanizadas e projetos pontuais criando uma nova imagem para a cidade.


CONCEITO

          O projeto se apresenta com um caráter de publicização dos acessos e da utilização, buscando uma integração entre os projetos propostos e a cidade. A introdução de novos usos e a permeabilidade aos espaços busca reverter a imagem de algumas ambiências do bairro, que atualmente impõem  restrição à população, como, por exemplo, o Parque de Exposições Tancredo Neves, uma área só utilizada para feiras e eventos, o Lago da barragem de captação do Lajeado São José, servindo estritamente como proteção  e a Sadia, como vetor de desenvolvimento mas sem relação com quem não trabalha na firma.
          Cria-se no ponto de vista projetual uma nova imagem da cidade, que ao reconfigurar as ambiências do bairro, capitalize os potenciais ambientais, produtivos, tecnológicos e acadêmicos existentes. A inovação está em todos os sentidos, mas sobretudo na conversão de um não-lugar, uma via meramente de passagem, em um ente integrador e com vida própria. O que era considerado como “feio”, tratado como local poluidor e de mal cheiro e como barreira entre a vida comunitária dos bairros da grande Efapi e o restante da cidade passa a ser o nó conector entre duas forças pulsantes muito fortes em termos de população. Reforçam esta integração o uso habitacional qualificado e o comércio que são marcantes no eixo São Pedro/Atílio Fontana, mas que no trecho tratado na proposta é bem pouco intenso. Na proposta estes usos se adequam a escala dos novos empreendimentos inseridos, os quais irão demandar mão-de-obra qualificada que por sua vez também fará dos espaços publicizados o palco de sua vida urbana.

          Abaixo apresento algumas imagens das propostas apresentadas para o presente trabalho:

Via Parque, e ao fundo, Museu da Agroindústria.

Expansão de áreas de comércio.

                                 Expansão de áreas de comércio.

Educação Profissional.



domingo, 4 de abril de 2010

Piscina


Proposta para um deck com piscina para uma residência existente na cidade de Chapecó-SC.


Imagem noturna com iluminação, dando destaque ao paisagismo e a piscina:

Projetos

Abaixo segue duas propostas de fachadas de uma residência.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Novidade

Saiu no site da PINIweb do dia 02/04 uma notícia a respeito da caixa econômica e dos projetos habitacionais.
 
Agora a Caixa irá lançar o selo Casa Azul de classificação de ecoeficiência dos projetos habitacionais. A partir de 2010 os empreendimentos poderão se candidatar para receber reconhecimento nas classes outro, prata e bronze.
Para a concessão do selo, a Caixa vai considerar 46 critérios agrupados em seis categorias: inserção urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, uso racional da água e práticas sociais. Essas condições serão divulgadas no Guia do Proponente em novembro deste ano. 
 
É a Caixa Econômica incentivando a construção de casas habitacionais com meios mais sustentável.

domingo, 31 de maio de 2009

Bem vindos!

Este blog destina-se a disciplina de Planejamento Urbano I que traz em sua ementa o enfoque ao universo da cidade como um todo compreendendo a arquitetura e a cidade, entre a lei a prática e as dimensões técnicas e políticas do planejamento.         A disciplina teve como principal fundamento, aprofundar o conhecimento em relação a cidade e o urbano, mostrando exemplos e meios de estar fazendo um planejamento a cerca das problemáticas existentes, através de um pensamento mais crítico ampliamos nossas idéias e nos tornamos capazes de elaborar projetos mais dignos de serem aplicados.

        As aulas foram expostas através de debates de textos, apresentação de estudos de caso e seminários que foram divididos em três, e é por meio deste blog que terei a oportunidade de relatar alguns destes trabalhos.

Planejamento Urbano

Antes de mais nada é interessante saber o significado de planejamento urbano.

O  Planejamento Urbano é o processo de criação e desenvolvimento de programas que buscam melhorar ou revitalizar certos aspectos, como qualidade de vida da população e o desenvolvimento urbano, tanto de cidades, vilas, bairros, etc.

“Até mesmo intuitivamente, planejar sempre remete ao futuro: planejar significa tentar prever a evolução de um fenômeno ou, para dizê-lo de modo menos comprometido com o pensamento convencional, tentar simular os desdobramentos de um processo, com o objetivo de melhor precaver-se contra prováveis problemas ou, inversamente, com o fito de melhor tirar partido de prováveis benefícios.” (Marcelo Souza, 2002, p.45)

        Então, planejar significa antever processos futuros, elaborar um plano ou um programa com o objetivo de coordenar ações preventivas ou necessárias contra os efeitos do crescimento territorial desordenado da acumulação capitalista e da urbanização, ou seja, o planejamento pode ser implementado nas escalas territorial, regional e urbano, tendo como objetivo propiciar aos habitantes a melhor qualidade de vida possível.

Programa Comunidades

Daqui em diante falarei sobre os três seminários que foram apresentados no decorrer do semestre, onde grupos eram divididos entre painelistas e debatedores e temas eram sorteados com base sempre em algum texto

No Seminário I tivemos como texto base o livro:

 

BONDUKI, Nabil (Org.) Habitat: as práticas bem sucedidas em habitação, meio ambiente e gestão urbana nas cidades brasileiras. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 1997. (fica ai uma indicação aos interessados)


Neste livro são apresentadas experiências bem sucedidas em planejamento urbano no Brasil, premiadas no Habitat II em Istambul na Turquia em 1996.

O objetivo deste seminário era detectar nestas políticas urbanas da década de 90 características de uma mudança paradigmática do planejamento urbano, destacando o que havia de inovador nelas.

Abaixo está o slide modificado da minha apresentação. 

Tivemos como tema “Aprendendo, produzindo, construindo... bairros,... uma cidade... comunidades.” Apresentamos o “Programa Comunidades” que surgiu em 1990 articulado em três subprojetos: Habitação, Geração de Emprego e Renda, e Capacitação, que tem como objetivo a construção de mil moradias habitacionais em regime de mutirão onde as famílias se dividem de 10 a 15 grupos para trabalharem. É interessante o mutirão pois as famílias acabam dando maior valor as suas casas e cuidando do ambiente onde convivem, pois sabem o esforço que é para construir.

Além das casas também foram construídos espaços coletivos e de convivência, também houve a criação de programas de geração de emprego por meio de treinamentos profissionais. Outro ponto significativo do programa foi a preservação das árvores existentes no local que hoje em dia é de suma importância pensar no meio ambiente, pois nosso futuro depende dele.

Recuperação Ambiental em Áreas Degradadas


A segunda apresentação falou sobre “Recuperação Ambiental em Áreas Degradadas - Desenvolvimento Urbano Integrado e Preservação do Manguezal em Vitória.

Foi apresentado o projeto São Pedro que é uma nova política que a Prefeitura Municipal de Vitória implantou na região da Grande São Pedro, constituída por 13 bairros que se formaram ao longo dos anos por meio de ocupações de famílias de baixa renda no manguezal em Vitória.

Esta nova política, parecida com o Programa Comunidades que citei logo acima consistiu em melhoria das condições de vida para 15 mil famílias, preservação das áreas de manguezais, desenvolvimento de políticas públicas que atendam a necessidade da população, ações com a participação da população local, atividades com o fim de erradicar a pobreza e a marginalidade. 

É preciso criar um projeto de infra-estrutura adequado, com rede de esgoto, saneamento básico, iluminação, implantação de escolas e creches públicas, construção de praças e espaços apropriados para o desenvolvimento de atividades físicas e culturais aumentando o acesso ao lazer, e implantando unidades de capacitação profissional, gerando empregos e melhorando a renda, este talvez seja o foco mais importante e que deve ser bem pensando na realização dos programas habitacionais, pois muitas famílias mal conseguem sustentar o casebre onde moravam, e como acontece em muitas habitações, principalmente nas habitações verticais onde os moradores precisam pagar condomínio, eles acabam desistindo de ter uma moradia digna e voltando para seus barracos ou criando moradia em outros lugares irregulares por não terem condições de se manterem, e foi através desses programas que o Projeto São Pedro se erradicou e vem dando certo até hoje.

Ah, mas não menos importante que foi assunto principal deste trabalho é a respeito da recuperação ambiental em áreas degradadas. Segundo a Constituição Federal “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao Poder Público e à coletividade e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”


A região da Grande São Pedro nos anos 80 passou a ser utilizada como depósito de lixo urbano, assim o mangue deu lugar as palafitas e o lixo foi sendo utilizado de aterro de extensas áreas de manguezal. Em 1978 a prefeitura achando que fosse uma solução conveniente acabou aterrando o primeiro bairro, São Pedro I.

Mas com esse programa foram preservados 893 hequitares de manguezal e a população que ocupava o local foi assentada em terra e lotes urbanizados e para que a população cuidasse do meio ambiente foi realizado uma campanha de educação ambiental e sanitária.


Não só eu futura arquiteta e urbanista, você internauta, mas toda população indiferente de cor, raça ou classe social devemos cuidar e preservar do meio onde vivemos, e isso pode começar em casa mesmo com a simples separação do lixo, simples só no gesto mas que tem importância pro mundo todo. 

Devemos nos conscientizar de que a degradação dos solos e todo ato que vai contra o meio ambiente, constitui um prejuízo sócio-econômico e representa um enorme risco para as gerações futuras, tendo em vista que o solo é um dos recursos naturais renováveis mais importantes, pois é responsável pela ciclagem dos nutrientes e sustentabilidade de todos os demais sistemas naturais.

Não é só o futuro dos nossos filhos, netos e bisnetos, é o NOSSO também.

Agora por coincidência acabei de ler uma notícia no G1 falando da Amazônia. “Amazônia perdeu o equivalente a três parques da Tijuca em abril, diz Imazon.  Área devastada durante o mês foi de 121 quilômetros quadrados. Numero representa queda de 22% em relação ao mesmo mês de 2008.". (29/05/09 - 09h36)

Não é querer sair do meu tema, pois isso é assunto pra toda a população, se a gente não cuida do que é nosso quem é que vai cuidar? Nós somos maioria, temos à nosso favor a democracia, as eleições estão ai para a gente colocar pessoas que estejam preocupadas com nosso futuro e não apenas com o próprio bolso.

Devemos exigir que vereadores, prefeitos e afins tomem medidas de prevenção, e isso pode começar em nossas cidades, quantas pessoas moram em áreas de riscos, em manguezais, em matas nativas? Nós temos vários exemplos de programas, como este em Vitória, que além de tirar moradores de lugares irregulares e dar melhores condições de vida para a população ainda preservam nosso meio ambiente.

Abaixo deixo um vídeo muito interessante sobre o desastre do meio ambiente, é uma campanha muito bem elaborada apesar de estar em castellano. Vale a pena refletir. 


Orçamento Participativo

Para finalizar essa etapa do Seminário I trago em destaque: “Gestão urbana e orçamento participativo. Democracia e participação popular na esfera pública: a experiência de Porto Alegre”

Este tema é muito interessante pois o orçamento participativo é uma forma de melhor destinar o dinheiro na realização de benfeitorias em cada localidade.

Ele se dá com a participação democrática da população, através de assembléias, reuniões e debates em vários bairros do município, a população tem a oportunidade de apresentar as necessidades locais, assim são definidas uma ordem de prioridades das demandas de serviços e obras que serão realizados. Desta forma é possível evitar a corrupção e o mau uso do dinheiro público.

Hoje, infelizmente, ainda são poucos os que participam das reuniões, ainda há muito o que melhorar e o orçamento participativo é uma chance que temos de participar das benfeitorias, só assim os responsáveis vão saber o que realmente a população necessita, e desta forma podemos ver quem de verdade são os candidatos que estamos elegendo. 

Tipologias de Planejamento

Seguindo a ordem de seminários, o seminário II discute as tipologias de planejamento, baseado no texto:
 SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbanos. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. 556p. (indicação aos interessados)

O objetivo deste seminário era perceber as origens destes diversos tipos/modelos, na maioria, oponentes ao físico-territorial. A partir de uma visão crítica, deveríamos identificar características e qualidades que pudessem ser empregadas no planejamento urbano atual, atentos as incoerências de junção indiscriminada dos diferentes tipos.

O Estado viabiliza os interesses do capital através de sua abstinência funcional. Assim o importante para este planejamento é atrair novos investimentos, mega-empresas, indústrias para determinadas regiões, criando um grande “marketing urbano” embelezando e ‘revitalizando” áreas que para eles (neste caso o estado e as empresas) são de grande valor econômico. Desta forma as cidades aparecem como grandes competidoras sempre tentando atrair novos negócios.

É ai que está o grande problema, no planejamento mercadófilo não ocorre a participação da população, para eles não importa a realização de intervenções baseadas em alguma análise social e das necessidades das pessoas, mas sim do atendimento de demandas específicas, que são relacionadas aos interesses do capital imobiliário e de outros setores importantes, visando assim defender o interesse privado, procurando melhorar o aspecto arquitetônico em geral e desta forma mascarar os problemas sociais da cidade. 

Um exemplo bem claro deste planejamento foi o que ocorreu em Barcelona, eles aproveitaram que a cidade iria cedias os jogos olímpicos de 1992 para assim converter a cidade em um centro internacional de serviços e consumo, deixando de lado os investimentos no campo social, como saúde e educação, para dar lugar aos investimentos que atraiam o poder privado. (fotos abaixo de Barcelona)




 


Planejamento Sistêmico

Contrapondo ao Planejamento Mercadófilo existe o Planejamento Sistêmico que vai além do planejamento físico-territorial. Ele procura trabalhar em conjunto com profissionais de diversas áreas em contato também com a população, pensa na cidade como um todo. 

O planejamento sistêmico defende que o processo de planejamento deve ser visto como um processo cíclico, onde os resultados alcançados passam a servir de objetivo de analise para as outras fases do processo.

Um exemplo é a cidade de Porto Belo no litoral catarinense. A cidade dá acesso para outras praias como Bombinhas, Bombas e Canto Grande, é uma praia encantadora com belíssimas paisagens e com uma variedade de indústrias (pesca, esquadrias, agropecuária, artefatos de cimento e construção civil). (fotos abaixo)

 

Devido os poucos registros científicos de sua origem, costumes, lendas, Porto Belo com o passar do tempo pode chegar a uma descaracterização de seu patrimônio cultural, por isso o planejamento sistêmico através do turismo cria alternativas para o desenvolvimento do município.

Esse planejamento diferente do mercadófilo não pensa em revitalizar algumas áreas que seriam do interesse privado mas sim fazer alterações na cidade toda, identificando suas potencialidades, melhorando o comércio, as vias de circulação, criando um calendário de eventos integrado com municípios próximos, valorizando a cultura local, melhorando assim o turismo e aproveitando o que a cidade tem de melhor. Mas o melhor deste planejamento que ele não termina por ai, ele além de pensar no presente pensa no futuro, vai criando mudanças de acordo com as necessidades do local.

 

Plano Diretor

Todos os seminários foram muito interessantes, mas o Seminário III, na minha opinião, foi o mais importante pois além de estudarmos algumas diretrizes e discuti-las em sala de aula podemos ter exemplos de programas que foram aplicados e com todo o conhecimento adquirido a gente nota o quanto é importante o urbanismo, a aplicação correta de idéias e programas. Como base para este trabalho tivemos o livro: 

BRASIL. MINISTÉRIOS DAS CIDADES. Plano diretor participativo: guia para a elaboração pelos municípios e cidadãos. Brasília: Ministério das Cidades / Confea, 2005. 158p. (indicação aos interessados)

Mas antes de entrar nos temas é interessante saber o que é o Plano Diretor, pois hoje em dia muito se fala mas pouco se sabe a seu respeito.

O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade. Ele tem como princípio identificar e analisar as características físicas, as atividades predominantes e as vocações da cidade, os problemas e as potencialidades.

De forma mais clara, o Plano Diretor determina o que pode e o que não pode ser feito em cada parte de cidade. Segundo o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor deve ser realizado em bases participativas, através de Oficinas, Plenárias e Audiências em conjunto com o poder público, sociedade civil e poder econômico. 

É importante que as cidades elaborem os planos diretores em conjunto com a população, assim os responsáveis saberão as verdadeiras necessidades e os projetos estarão de acordo com o local, além do mais isso beneficiará a vida dos moradores, além de trazer maior desenvolvimento a cidade, como infra-estrutura, melhorias no saneamento ambiental, alternativas para o transporte público, implantação de equipamentos públicos e geração de emprego, definição das áreas de interesse ambiental, onde devem ser protegidas e preservadas, apresentando destino ás áreas da cidade que estão vazias entre muitos outros benefícios.


Reabilitação de Áreas Centrais e Sítios Históricos

Retomando a série de apresentações, no Seminário III, as equipes deveriam encontrar no conteúdo dos planos diretores após o Estatuto da Cidade (2001) as características que o texto base acima indicado aponta como sendo necessárias para as políticas urbanas contemporâneas.

Assim os temas que mais chamaram minha atenção foram: 
Transporte e Mobilidade, Política Habitacional e Reabilitação de áreas centrais e sítios históricos, estes temas são abrangidas pelas diretrizes e estratégias de um plano diretor.

O primeiro tema é sobre Reabilitação de áreas Centrais e Sítios Históricos. A reabilitação urbana se integra necessariamente as políticas de patrimônio e as políticas urbanas, a proteção ao patrimônio cultural, ambiental urbano e as técnicas urbanísticas. Ela começa a ver a cidade como um todo, e não apenas as chamadas “áreas históricas”, sob a perspectiva da conservação/reabilitação.

A idéia que antes era de conservar um único edifício vem agora se expandindo para que assim seu entorno também seja preservado para que não perca sua essência.

Esse assunto é importante, pois muitas cidades vem perdendo suas heranças arquitetônicas principalmente pela falta de diretrizes e a falta de programas de incentivo também.

Em Chapecó onde eu moro, localizada a oeste de Santa Catarina ainda restam algumas (pouquíssimas) casas antigas mas que se perdem em meio a prédios e lojas comerciais mais modernas. Ainda falta interesse principalmente pela parte do poder público na preservação dos Centros Históricos.

O plano diretor cria incentivos, como a transferência do direito de construir, dessa forma a pessoa entrega a construção, no caso, algum monumento ou centro histórico a prefeitura e ela passa um terreno ou paga em dinheiro para o proprietário.

Com a reabilitação de áreas centrais e sítios históricos a cidade se desenvolve, abrem-se portar para o turismo, o comércio ganha força, cresce o mercado de trabalho, sem contar no aumento do fluxo de visitantes. A cidade só tem a ganhar e a população também.


A memória de uma cidade é também a memória de seus habitantes.

"Sem a memória toda a percepção seria inútil e o passado um vazio sem acesso." (Antônio Luiz M. Andrade)



Saneamento Ambiental

Outro tema que se destaca entre as diretrizes é a respeito do Saneamento Ambiental, que é um instrumento que controla os impactos da urbanização sobre o meio ambiente reduzindo os riscos naturais.

Todos nós sabemos que em muitas cidades, bairros, vilarejos, possuem uma grande deficiência na infra-estrutura, sendo desprovidas de redes de esgoto, algumas casas ainda possuem fossas sépticas, mas em muitos casos os resíduos líquidos e sólidos são levados até lajeados, rios, poluindo o meio ambiente e o solo, o que gera graves danos não só ao ambiente como para pessoas, acarretando sérios problemas de saúde.

O saneamento ambiental em sua diretriz constitui em prover a salubridade ambiental, impedindo a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente, através do abastecimento de água, esgotamento sanitário, o correto manejo dos resíduos sólidos urbanos e das águas pluviais urbanas.

Por isso ressalto aqui a importância do orçamento participativo, é direito da população exigir que as diretrizes sejam impostas na sua cidade ou na localidade onde vivem, mas para isso deve haver interesse e participação, pois o papel do plano diretor é estabelecer diretrizes que visem solucionar os problemas de saneamento além de orientar programas ambientais de longo prazo a fim de diminuir os impactos de tais programas.

Política Habitacional

Para finalizar o ciclo de seminários fecho com o tema que a cada dia tem mais me interessado: “Política Habitacional”.

Então a Política Habitacional fala sobre o direito à moradia como um direito social básico ampliando o conceito além da edificação, incorporando o direito a infra-estrutura e serviços públicos.

Um exemplo que eu utilizei em  meu trabalho foi sobre a cidade de Belo Horizonte, a respeito do programa Vila Viva que nada mais é que um programa de urbanização de vilas, fazendas e aglomerados, ao qual visa beneficiar várias famílias com a construção de moradias verticais, urbanização das ruas, construção de parques, escolas, centros esportivos. É basicamente o mesmo programa que anteriormente relatei sobre o Projeto São Pedro e o Programa Comunidades.

O diferencial deste projeto é que a prefeitura constrói os apartamentos na vila onde os moradores habitam, só as que moram em locais de encosta e áreas de riscos é que são relocadas. E outro ponto é a integração da cidade com o aglomerado através de uma grande avenida possibilitando e garantindo melhorias no transporte público e particular.

Assista o vídeo de apresentação do Programa Vila Viva.


Neste vídeo notamos as grandes melhorias que a prefeitura junto com outros órgãos levaram até esses aglomerados, mas infelizmente ele não abrange benefícios à toda população, nesse em especial que ainda está em andamento a população tem feito grandes reclamações e com toda a razão. Como antes elas viviam em barracos ou casas de madeira algumas possuíam comércio junto. Agora com os apartamentos elas perderam seu único meio de sustento e as autoridades públicas não visam outras possibilidades. Assim muitos pegam o dinheiro da indenização e vão morar em áreas irregulares criando novos aglomerados.

Por isso é tão importante que haja uma interdisciplinaridade onde profissionais de diversas áreas atuem junto com a população, só conhecendo o cotidiano das pessoas e estando presente na comunidade é que conhecemos suas verdadeiras necessidades, podendo assim criar programas que melhorem a qualidade de vida social e econômica, mas claro, sem esquecer do meio ambiente.


Deixo aqui meu agradecimento ao professor Alexandre M. Matiello que propôs a turma este trabalho e vem visando um olhar mais profundo sobre o urbanismo.

       

E deixo um “Até breve” a todos que vierem acessar a página, espero que tenham gostado e sintam-se a vontade para comentários e críticas. O blog continuará aberto para novas publicações a respeito do urbanismo.


Atenciosamente,

Raquel Cruz Lajús.